segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Quanto vale um carinho?

Mais uma vez vamos entrar pelo campo das prioridades erradas.

Quando é que o dinheiro passou a valer mais que um carinho?
 Não importa quem pisamos, não importa quem magoamos, não importa nada desde que no fim dessa caminhada exista um pote bem recheado.


Hoje em dia o que importa é o fácil. Não existe esforço mas a recompensa é sempre reclamada, seja como for, sob a forma que for.

Vejo, todos os dias, gente que não chega a ter meio cérebro, que anda na escola a passear livros, quando os chegam a passear, vestidos, da cabeça aos pés, com roupinha de marca, uma peça de roupa deles habitualmente chega para comprar tudo o que tenho comigo. Vejo ainda outras pessoas cujos pais acham que vão ser muito lindos por terem um carro nas mãos assim que fazem os 18 anos, apesar de se limitarem a existir. Para ser é preciso pensar, se não pensam, não podem ser. Portanto, existem apenas. Nacos de carne.
É a educação das famílias de hoje.

O dinheiro é tão importante. E não estou a falar da satisfação de necessidades básicas. Estou a falar de todo o gasto extra. Acho que é óbvio, mas de qualquer forma é bom esclarecer.

Não estou aqui para condenar ninguém. Estou a dizer o que vejo.

Gente que não dá valor a nada. Gente que pensa que tudo o que tem cai do céu, gente que não precisa de se esforçar para nada.
Mais uma vez, papás e mamãs, isto é para vocês! Lembram-se do post anterior? Das bases? As vossas crianças vão-se tornar nisto que eu vejo hoje em dia, mas pior, possivelmente.

Ninguém dá valor a um abraço, uma coisa tão pequena como um abraço, aquele calor, conforto e segurança que é estar nos braços de alguém.
 É tão bom. Parar e apreciar isso.
 Não há dinheiro no mundo que possa comprar isso. E isso perdeu-se, o que importa é quem tem mais dinheiro na conta, quem conduz o carro melhor, quem veste a roupa mais cara. 

Como é que é possível? 

 Eu ficaria muito mais contente se alguém me desse um desenho em vez de um telemóvel de 500€ que vai servir para o mesmo que o meu, que custou 25€. 


 Ah, esqueci-me, ter sentimentos não importa.

Devíamos ir pregar o amor, um dia. Lembrar a importância de ter alguém que nos ame, que nos abrace quando precisamos. Que nos dê aquele abraço que nenhum dinheiro no mundo poderia comprar.
É bom não é? Também acho.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A democracia do pensamento

O que é pensar? Eu adoro pensar e nem eu sei o que é pensar.
Questiono-me imensas vezes em relação a isto.

Eu olho à volta e penso "no que será que aquela pessoa está a pensar?" Não por me querer intrometer na vida dessa pessoa, longe de mim, só gostaria de compreender o que cada ser humano pensa.

Qual será a sua prioridade?  Qual a sua história para ter aquele pensamento? Qual o seu maior sonho?

Isto acontece-me mais no metro, geralmente vou a olhar para a pessoa que está sentada à minha frente e tento perceber pelo seu olhar que tipo de pessoa é. O olhar de uma pessoa pode dizer muito. Especulo imenso sobre o que se passa naquele seu mundo pessoal, porém,  não passa de especulação, gostaria de ter a iniciativa de um dia perguntar a uma dessas pessoas o que se passa lá dentro.

Será que as pessoas ainda têm tempo para pensar? Neste mundo de rotinas onde acordamos, vamos à escola / trabalho, voltamos para casa, cansados, jantamos e depois sentamo-nos em frente a um computador ou à televisão à espera que o tempo passe para que possamos voltar à nossa rotina no dia seguinte.

Acho que o cérebro se habitua a essa rotina e vai-nos dizer para evitar a quebra da mesma.
Não existe estimulo. Quer dizer, ele existe, está sempre presente, mas até que ponto somos capazes de identificar um desses estímulos?
A criatividade perdeu-se, grande parte pelo menos, o esforço para atingir algo que se gosta desapareceu, hoje em dia a busca reside apenas na "diversão instantânea".

Eu sou de 1992 e noto uma grande diferença relativamente a pessoas que nasceram posteriormente, acho que ainda apanhei grande parte do que o mundo tinha de bom para oferecer. Pode não ter sido o melhor, mas não foi mau. Cheguei a ir para a rua brincar com os meus amigos, andar de bicicleta pelo nosso bairro e era seguro. Lembro-me de quando o Disney Channel surgiu, eu adorava aquilo, transmitia valores correctos, ensinava-nos o quão importante a amizade é, ensinava-nos a aceitar a diferença.

As crianças de hoje crescem com quê? Continuam a ter o Disney Channel, sim, mas já viram o conteúdo? Não? Pois, nem eu. Não tem conteúdo. Os miúdos de hoje não crescem com o Timon e o Pumba, não sabem o que é o "Hakuna Matata". Para os substituir temos aqueles gémeos idiotas e todos os seus amigos que estão cá para nos ensinar que o importante é ser bonito e ser bem visto por todos! Temos a Hannah Montana, que padroniza a beleza, para substituir a Pocahontas, que nos mostra a importância da tolerância!
Temos o Justin Bieber, que mostra que a música hoje em dia é tão banal que assusta, para substituir todas as canções da Disney com que crescemos!

Os miúdos de hoje nunca vão saber o significado da morte do Mufasa. A morte mais triste da minha infância

O que é que irá acontecer nas próximas gerações? Como será uma sociedade governada por estes futuros adultos? A nossa construção começa desde crianças. Como é que uma estrutura pode ser suportada com uma base tão fraca? Não pode.

Mas eu nem culpo as crianças. Culpo os pais.

As crianças estão tão desesperadas por ser adultos, têm tanta pressa para mostrar aos amigos que já são "grandes". E o mais ridículo? Os pais deixam e claramente apoiam!
Eu tive o meu primeiro telemóvel no sexto ano. E sabem para o que o usava? Para falar com a mamã apenas.
Hoje eu vejo crianças com telemóveis topo de gama na mão e pergunto-me: que utilidade poderá aquilo ter para eles?
Miúdos no quarto ano com mensagens grátis.
Miúdas no quinto ano maquilhadas a vestirem-se como o seu exemplo preferido de futilidade, a já mencionada, Hannah Montana.
Miúdos e míudas com acesso ilimitado à internet.
Miúdas que vão para a noite de Santos e se embebedam e entram em bares com 12 ou 13 anos.
Miúdos a ter sexo aos 12 ou  aos 13 também.

Que tipo de pai permite isto? Será que se pode chamar pai? Ou sequer adulto responsável? Eu sei que não chamaria. Mas eu não sou ninguém para opinar na educação dos filhos de outrem.

Concluindo, papás e mamãs, se lerem isto, pensem bem na base que estão a dar ao vosso filho.
Tentem criar um ser humano em vez de um macaco, mostrem-lhe o que a Disney era em vez do que a Disney é! Ensinem-nos a andar de bicicleta em vez de utilizar o Facebook (ou a internet no geral)! Promovam a cultura em vez de promoverem a futilidade! Pois lembrem-se, vão ser eles a substituir-nos no futuro, e não queremos que os macacos controlem o mundo pois não?

Olá.

Olá, eu sou o Fred.

Criei isto com o objectivo de libertar muitas das coisas que guardo para mim e tentar dar um sentido, qualquer que seja, à minha cabeça. Passa-se muita coisa aqui dentro, não creio que tenha um problema. É só muita coisa a acontecer ao mesmo tempo. Não pretendo fazer-me de vitima e gritar aos sete ventos o quão a vida é injusta. Só acho que me faz falta um local onde possa dizer o que penso, libertar toda esta porcaria que passa aqui dentro.
O que há de importante para saber sobre mim é que gosto de pensar, por vezes penso demais, dou significado a coisas que não têm. Vejo coisas onde não existem. Sou uma pessoa muito confusa. Nunca sei exactamente o que quero. Sei que neste momento me apetece estar a escrever isto.
O mundo real às vezes assusta-me. Não tenho grande jeito para lidar com pessoas, no geral. As pessoas têm prioridades muito mal definidas e não valorizam os pequenos momentos e gestos.
Tenho a melhor mãe do mundo e o meu pai é um esterco, a minha mãe pô-lo na rua há quase 10 anos (e ainda bem).
Não somos ricos nem pobres, a minha mãe faz tudo o que pode mas, como já mencionei, não sou o melhor a lidar com outros seres humanos e ela por vezes acha que não valorizo o que ela faz por mim e pelo meu irmão. Mas valorizo. E muito.
Tenho 19 anos, sou de Lisboa, estou no 11º ano a tirar audiovisuais. Nunca chumbei. Fiz o 10º ano em ciências, odiei. É tudo demasiado concreto. Decidi mudar para um curso profissional de Gestão, do qual tinha uma percepção errada antes de ir para lá, fiz o 10º ano inteiro, tinha média de 16 acho, achei que aquilo não era para mim e continuei de qualquer forma, achei que aguentava, tinha uma média decente. A meio do 11º, após ter iniciado a pré-PAP, percebi que não ia mesmo aguentar e desisti. Detestava a escola, os professores, os alunos e o curso. Não tinha qualquer tipo de motivação para lá continuar.
 
Namorei com uma rapariga durante dois anos, mas esta história será contada mais tarde. É grande. Amei-a. Às vezes penso se ainda amo. Não sei bem. Nunca sei o que quero. Não em coisas grandes. É um problema que tenho de trabalhar em resolver, não tanto por mim como para as pessoas à minha volta que gostam de mim e se preocupam comigo.

Este blog não vai ter nenhum tema em particular. Vai ser um local onde vou colocar os meus pensamentos. Pode ser que ajudem alguém ou alguém me ajude.

Por agora chega, até depois!